Donas da própria direção

21-03-2015 13:44

Donas da própria direção

Alexandra Silva do Amaral, 37 anos, costureira. Rita de Fátima Gusmão Viana, 38, dona de casa. Rosangela Agoston Dias de Oliveira, 46, operadora de caixa. O que essas mulheres podem ter em comum? Deixaram as suas atividades, driblaram as dificuldades e o preconceito para realizarem um mesmo sonho: ser motorista Borboletas e outros pingentes decoram o painel, o para-brisa, o teto. É fácil perceber: ali tem toque feminino. E é só encontrar Rosangela para perceber que os adornos no ônibus são apenas um complemento ao seu perfil simpático e vaidoso, ainda mais evidenciados na sua convivência diária transportando pela empresa Breda os colaboradores da Scania.

Rosangela_Agoston
Rosangela: “ser motorista é a minha terapia”

A mudança de profissão aconteceu há apenas cinco anos, quando ela já havia passado dos 40 de vida. O motivo? Saber como era a vida a bordo do volante após perder a mãe, vitimada por um acidente de carro. “Minha família era do ramo de transporte de passageiros e aos 20 anos eu até manobrava os ônibus na garagem. Mas passada essa época, fui cuidar da minha vida e, até a morte da minha mãe, nem carro de passeio eu dirigia”, conta. Com o desejo aceso e o incentivo das pessoas mais próximas, ela foi à luta. “Tirei habilitação, fiz curso e fui para os pontos de ônibus e lotação pedir trabalho”. A primeira oportunidade foi no transporte escolar, mas logo já estava pronto para veículos maiores e, mais do que isso, havia se encontrado na profissão. “Estar ao volante é uma terapia. Me sinto livre, alivio o stress, sem falar que amo o contato com as pessoas, tenho um carinho pelos meus passageiros, mesmo que não saiba os nomes de todos”, declara-se.

Engrossando a estatística
Alexandra_Amaral
Alexandra: “transporto as pessoas com o cuidado como se fossem minha família”

Alexandra passou os primeiros anos de carreira operando máquinas de costura, mas nunca deixou de lado o sonho de pilotar os grandes veículos, herdado de tios e até uma prima que seguiram na profissão. Apesar da grande mudança, ela se orgulha de contribuir para aumentar as estatísticas de mulheres motoristas de ônibus e caminhões, e nota-se em suas palavras o motivo para essa mudança, inclusive por parte das empresas que as contratam: “Estamos transportando vidas e me preocupo e cuido dessas pessoas como se fossem da minha família”. Na Breda há um ano e meio, no seu trajeto é comum ela receber um aceno ou elogio de pessoas que apoiam a sua escolha. “Quando eu estou no volante parece até que eu cresço porque as pessoas até estranham quando me veem fora do carro, assim, baixinha”, diverte-se.

Capacitação para fazer a diferença
Quer ver Rita se emocionar? Basta que ela fale sobre a profissão que almejou ter desde a infância. “Meu pai me ensinou a dirigir antes de eu completar dez anos e já queria ser motorista, mas achava que seria difícil”, conta. Os anos correram, ela casou, teve filhos, foi vendedora de hot-dog e dona de casa, até que decidiu que não queria mais adiar seu sonho.

Rita: “não imagino a minha vida longe da profissão”

“Nunca fui de ficar esperando as coisas acontecerem, por isso fui me capacitar”, conta ela, que fez cursos de transporte coletivo, ganhou uma bolsa para curso intensivo de MOP e aproveitou todas as oportunidades de aprender que apareceram. O mais difícil — afirma Rita, foi superar o preconceito. “Não é fácil estar no meio de tantos homens ainda pouco acostumados a dividir espaço com as mulheres. Cheguei ao ouvir que eu devia pilotar fogão, mas respondia que o meu fogão era grande, seis bocas, automático, e que u já o dominava o suficiente”, relembra comemorando que essa fase tenha ficado no passado. “Estudando e me aperfeiçoando conquistei o respeito e, mais do que isso, a confiança e admiração dos colegas. Hoje não imagino como seria a minha vida longe da profissão”, finaliza cheia de orgulho.

Fonte : https://newsroom.scania.com/
 
Foto de Nedisandra Magalhaes da Silva.
Foto de Nedisandra Magalhaes da Silva.
Foto de Nedisandra Magalhaes da Silva.